segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ás Madalenas
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Quando vivi nessa terra fui apedrejada,
ignorada e menosprezada
Fui meramente um número,
um ser qualquer,
Chorei de dor, fome e expiação.
Consortes eram paparicadas, enaltecidas
Eram o umbigo do mundo
Mulheres moldadas e educadas
para serem musas ou mudas?

Hoje daqui de onde estou, vejo que nada mudou
E se viva estivesse eu
Doer-me-ia o queixo de tanto rir
Fitando a face lameada do orgulho de tal nobre sociedade

Ainda me chamam de perdida
Como se em corpo ainda vivesse
E as damas da sociedade?
Com um filho de cada homem
Essas são exaltadas
Até pela igreja que me condena

E continuo sendo apedrejada
Até quando me chamam santa.

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